De acordo com dados disponibilizados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as transações de veículos usados apresentaram alta no mês de março.  O aumento pode representar uma maior dificuldade de comprar veículos novos, efeito de juros altos e da restrição de crédito para aquisição de veículos novos.

As transações de usados atingiram no mês de março 1.307.795 unidades. O valor equivale a um aumento de 32,2% em relação a fevereiro. No acumulado do ano, o aumento de transações apresenta uma expansão de 6,2%. De acordo com Andreta JR, presidente da Fenabrave nacional, as transações atingiram os valores de pré-pandemia”. O presidente acrescente que esse fator demonstra que o mercado vem consumindo mais usados em função do endividamento das famílias.

A volta do carro popular e o uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para compra de carros novos são algumas das medidas em discussão entre o setor automobilístico e o governo. Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirma que o uso do FGTS para a compra teria efeito no reaquecimento do mercado.

Desempenho por segmento de acordo com a Fenabrave:

As transações de automóveis e comerciais leves totalizaram 953.882 unidades em março. Os modelos usados, com até 3 anos de fabricação, representaram 9,1% do total transacionado no mês. No ano, estes veículos acumulam participação de 8,6%.

– O segmento de caminhões registrou 32.576 transações e teve alta percentual sobre o resultado de fevereiro: evolução de 37,7%.

– Já os implementos rodoviários apresentaram alta de 28,2% ante o mês anterior e seguem com número positivo no ano (alta de 14,1% no trimestre).

– Os ônibus somaram 4.530 transações, resultado próximo ao de março de 2022 (4.481 unidades).

– O segmento de motocicletas evoluiu 34,6% em março, o que permitiu que o acumulado do trimestre ficasse positivo em 2,5% – a categoria havia fechado os dois primeiros meses do ano com resultado estável em relação a 2022.

 “Vemos que, em motos, as vendas de novas estão mais aquecidas, apoiadas pelo consórcio, por exemplo”, analisa Andreta Jr.