Enquanto diversos setores do mercado registram crescimento, o Ceará enfrenta um cenário desafiador com caminhões. De acordo com dados recentes da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o acumulado de vendas de caminhões no estado atingiu 1.848 unidades em 2023, marcando uma queda de 1,91% em relação ao mesmo período de 2022, quando foram vendidas 1.884 unidades.

O setor de caminhões, infelizmente, destaca-se como o único entre todos os segmentos analisados a apresentar um balanço negativo. Enquanto automóveis, comerciais leves, motos, ônibus, motocicletas e implementos rodoviários experimentam crescimento ou, no mínimo, estabilidade, os caminhões enfrentam um declínio nas vendas.

A queda está relacionada à entrada da norma ambiental Proconve P8, que exigiu a entrada de motores menos poluentes. Dessa forma, com tecnologia mais avançada, houve aumento do preço dos caminhões em até 30%. Com isso, para a Anfavea, a retração evidencia a dificuldade da inserção desses caminhões no mercado brasileiro, sobretudo entre os caminhoneiros autônomos.

A falta de incentivos contundentes também contribuiu para um desempenho mais morno do setor de caminhões. Desde a publicação MP 1175, no dia 5 de junho, o governo liberou apenas R$130 milhões em créditos para caminhões. Por outro lado, para os ônibus, o valor foi de R$190 milhões. Para contextualizar, esses valores são apenas reservas feitas pelas montadoras.

No entanto, o setor tem expectativas que o cenário de estabilidade econômica, a redução da taxa Selic e as diretrizes do novo Plano de Aceleração Econômica (Pac) tragam melhorias para a área.